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Vizinhos versus passeadores de cães

Geraldine está em seus 70 anos. Ela e seu marido se mudaram para a vila há cerca de dez anos, vivendo em um grupo de sete casas que parece ser o tipo de lugar em que todos se conhecem bem. Por mais de cinco anos, ela tem vivido com câncer e embora no momento ela pareça estar bem e lidando com a doença, já houve períodos muito difíceis. Há seis meses ela entrou em um grupo do Facebook chamado 'Bichos e Trilhas' que ajuda pessoas com mais de 60 anos a terem companhia ocasional enquanto passeiam com seus cachorros.

Geraldine compara as pessoas que ela tem conhecido há seis meses nesse grupo do Facebook com as pessoas que ela conhece há dez anos nas casas vizinhas a sua. O ponto aqui é que ela não conhece realmente seus vizinhos. Quando eles perceberam que ela estava com câncer, ela notou que alguns a evitavam porque estavam envergonhados e não sabiam o que dizer a ela. Eles têm festas anuais na praça e são, em outras circunstâncias, amigáveis, mas trata-se apenas de interação superficial. Não há conversas profundas, nunca.

Em seu grupo do Facebook, há apenas duas ou três pessoas que moram perto o suficiente para lhe fazer companhia para passear com o cachorro, então, na maior parte das vezes, ela não conhece as pessoas do grupo no Facebook. No grupo, entretanto, ela encontrou pessoas que poderia até chamar de 'almas gêmeas'. Parece que a combinação de ser da mesma idade, com o mesmo amor por cachorros e caminhadas foi o suficiente para ela ter se aberto e conversado bastante sobre questões pessoais de família e doença. Ela também se interessou igualmente por suas vidas e problemas. Para ela é claro que essas são as pessoas que realmente a 'conhecem'.

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